Introdução

Hoje não é um dia qualquer. Trinta anos atrás, Cavaleiros do Zodíaco chegava no Brasil, sendo exibido pela Rede Manchete, iniciando uma era que dura até hoje em nosso país: a dos animes. Cavaleiros foi o grande responsável por pavimentar essa grande comunidade apaixonada por animes e cultura japonesa, foi o grande responsável por ajudar na popularização da dublagem, e essas não são palavras minhas, mas de dubladores que trabalharam não apenas no anime, mas em centenas de outras obras em suas carreiras.

No entanto, você já sabe disso, não é? Sempre fomos bombardeados a exaustão com essas informações, e hoje não é um dia para comemorarmos o sucesso de quem trabalhou nessa obra, mas o sucesso da obra. Hoje é o dia de comemorar o anime, e mangá, que marcou a vida de muitos no Brasil e no mundo. Hoje é dia de comemorar a nossa comunidade, que apesar dos pesares, segue viva, apaixonada e ansiosa para quem um futuro melhor venha depressa.

Ao longo desses trinta anos, nós fomos capazes de sorrir, chorar, vibrar, nos entristecer, sentir raiva, sentir a mais profunda alegria, e claro, sentimos a mais profunda saudade. Sentimos saudade da sensação de ver o Seiya vestindo a armadura de pégaso pela primeira vez, ou da primeira vez que vimos seus meteoros rasgarem o céu. Sentimos saudade do sentimento das primeiras lutas, de conhecermos os personagens, de termos as surpresas da trama que hoje nos parecem tão naturais. Sentimos saudades de tempos mais simples, onde chegávamos da escola pra ver Saint Seiya, tenha você começado o anime em qualquer momento desses trinta anos, seja na TV, streaming ou DVD, e podíamos nos desligar de todos os problemas e angústias para que pudéssemos ver as aventuras e batalhas de Seiya e seus amigos.

Com Shiryu, aprendemos o valor da amizade, com Ikki a importância do amor em nossas vidas, com Shun, que está tudo bem sermos diferentes, considerados mais frágeis, ou que não nos encaixemos nos mesmos padrões dos outros. Com Hyoga, aprendemos o quão sofrida pode ser a dor da perda, mas de como é importante termos pessoas ao nosso lado para nos levantarmos. E por fim, com Seiya aprendemos a que considero a mais valiosa das lições, não desistir. São esses valores que nos acompanharam da infância até a adolescência e também a vida adulta.

Descrever o que é Saint Seiya talvez seja impossível. Cada um tem sua visão, sua preferência, seu estilo, mas todos nós temos os pontos em comum. As trilhas sonoras marcantes, as frases impactantes, a forte emoção, a resiliência dos personagens, tudo isso está gravado não apenas no coração e na mente de cada um que ama Saint Seiya, mas em nossas almas. É por essa profunda ligação e por esse profundo amor que podemos manter Saint Seiya vivo ao longo desses trinta anos, então se orgulhe, você faz parte disso.

Eu não te conheço, não sei quem é, quantos anos tem e onde mora, mas te peço: Seja calmo como Hyoga, seja sábio como Shiryu, seja gentil como o Shun, forte como o Ikki e resiliente como Seiya. Viva intensamente, assim como nossos heróis viveram e ainda vivem. Mesmo se desanimar, se sentir perdido, lembre-se deles, de suas jornadas, se levante e siga em frente.

Acima de tudo, comemore. Pode não parecer, mas temos muito o que comemorar, afinal, o amor de nossas vidas está completando trinta anos, e que bom que temos aqui artistas apaixonados, escritores, comentadores ou apenas amantes da obra, prontos pra mostrar um pouco mais desse amor pra vocês.

Que venham mais trinta anos de vida e com tudo que Saint Seiya pode nos proporcionar. Viva Cavaleiros! E viva a nós!

Com carinho, Damien Tempest.

Cavaleiros Negros